Amauri de Paula - Por ele mesmo...
Amauri de Paula, que em tese sou eu, acabo sendo muitos, separados por setores, espaços temporais, locais…
Gosto que minha escrita reflita isso, inclusive todos os pontos de vista que tive a oportunidade de vivenciar, sejam boas ou ruins.
Essa frase acaba por ser resumida por um apelido, dos muitos que tenho: “Há Mauris que vem para bem”.
A vida é stress até nos momentos de tranquilidade. Não fui formado com nenhuma qualidade mediúnica, apesar de algumas vezes desejar isso. Prever o futuro pode ser uma habilidade útil (principalmente quando a Mega Sena está acumulada…).
Eventualmente é necessário retroceder, olhar o caminho. Peguei emprestado de Brecht. “Nunca seguir adiante sem antes voltar para checar a direção”. Voltei e vi que em algum lugar fiz uma curva estranha. A parte boa disso, de poder voltar e escolher o caminho é que podemos rever o caminho da melhor forma possível.
E como andar é saudavel, vivem me dizendo isso, não vou ligar da distância nem do percurso. Esse é o momento de rever meu cadastro de escritor e editor, e um pouco menos o de produtor.
Apesar que sempre vou achar que todas as atividades são no fundo, produção em algum nível de complexidade.
Ouvindo Cloks do Coldplay.
Agosto de 2024
Não tenho boas lembranças da dupla 2020/2021.
Mas não diria jamais que foram anos perdidos. Tive a oportunidade de conhecer tanta coisa que a distância, a vontade ou o mundo não permitiam. Assim encontrei vozes pelo mundo, na minha ânsia de novidades. Encontrei e conversei digitalmente com a voz belíssima de Mendoza/Argentina da Mariana Lara (https://www.instagram.com/marianalaraok/) , da escritora mineira Poliana Nogueira ( https://www.instagram.com/poliananogueiraescritora/ ) do mestre do circo e do escotismo Rodrigo Robleño (https://www.instagram.com/viralatadobrasil/ ) …. dentre tanto outros…
Tive conversas que eu não teria, encontrei pessoas que acho que não encontraria. O pior do mundo costuma juntar o melhor de nós em uma ilha de esperança.
Contínuamos a deriva, isso me parece claro. Nossa esperança, nossos desejos, estão cada vez mais concentrados (e nossos olhos) obseservando o aparentemente tão distante mês de Outubro, onde as urnas podem fazer o que nossas instituições se furtaram a fazer.
Mas minha esperança para ali. Acho que por melhor que escolhamos o dignitário há muito para reconstruir, há muita ferida para se curar e há muita fome para sanar.
Fome de comida.
Fome de cultura.
Fome de saúde.
Nosso papel está cada vez mais em provar que podemos nos superar como comunidade. Como parte do que nos torna maiores.
Para isso olhamos para outubro como uma estrada esburacada que precisa ser trilhada, sob o risco de não haver estrada após.
Por mais pessimista que eu possa assumir nos dias de hoje, não é a esperança apenas que me move. É a responsabilidade com as gerações futuras.
Elas merecem mais do que a gente. Nós soltamos o monstro na forma da intolerância. Precisamos devolvê-lo e extirpa-lo da sociedade, com reformas, com justiça social.
Com eduação e poesia.
Porque a poesia minhas amigas e meus amigos, ela tem o poder de matar o monstro.
Evoé!
Verão de 2022
Aprendi com cada queda, e haja queda nessa minha vida.
As história se acumularam em gavetas, armários, prateleiras suspensas, e antes de tudo na minha mente que parece existir desgarrada do meu corpo, criando enredos, grandes arcos narrativos onde não sou protagonista, mas um observador atento.
Vejo com os olhos da mente o que de melhor fiz e sobretudo destaco o que de pior fiz. Talvez eu aprenda alguma coisa, mas duvido muito.
Agora, que as décadas se acumulam me permito um sorriso em um quadrinho encontrado nas arrumações, uma dedicatória em um livro há muito esquecido,
Meus personagens voltam a me rondar, mas partem para uma abordagem quase violenta para obter a imortalildade da história que eu prometi a eles.
Posso garantir uma grande exposição, no estilo de Bienal, de tudo o que pensei e não realizei.
Eles torcem o nariz e continuam a me atazanar.
Eu leio Gabo e me dou por satisfeito. Assisto documentários, conheço Fidel pelas lentes de um cinegrafista.
Olho no espelho e aquele estranho me olha de volta.
Eu queria ter aquela confiança que ele mostra nos olhos. Eu sei que ele vai bailar.
E espero que aja público. Mas se não houver, inda assim ele há de bailar.
Eu conheço o olhar e ele me conhece.
Eu sigo, porque é isso que aprendi na escola da vida.
É tarde para desaprender. Então não se espante se me ver cantando, dançando, tomando chuva porque é necessário.
Eu sei que é meio fora do tom, mas se for sorrir, sorria também para dentro. Deixa essa vontade murmurar um pouco nas vontades que prenderam dentro de você.
Dançar sozinho só não é pior do que não dançar.
A pista está ali. Porque não?
Novo podcast apresentando um pouco sobre a cultura pop, sobre os serviços de streaming e outras cositas mais… Já no ar. Atualização sempre as sextas feiras. Você pode ouvir aqui ou no seu aplicativo de áudio predileto! Apresentação de Amauri de Paula e Giovanni Mazochi.
Existindo desde 1999, o Cai Lua já se consagrou no Vetor Norte como ponto de encontro de músicos, poetas, escritores ou meramente quem quer comer um tira gosto diferenciado e uma cerveja gelada. Um espaço de muita interação e intensidade. Como o processo real é muito demorado, nós usuários resolvemos tombar como patrimônio Cultural Norte de BH. Localizado na Rua das Clarissas 500, o Espaço Cultural conta com uma exposição permanente de quadros e de utensílios que fizeram a história da colonização de BH. Aberto de quarta a domingo (as vezes não) . O instagram da casa será inaugurado no dia 01/03 mas você já pode seguir : Cailua.bar (https://www.instagram.com/cailua.bar)
O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Guimarães Rosa
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