Pequena Biografia
Eu, Amauri de Paula, nasci malcriado num dia de maio.
Cresci e aprendi com o Pernalonga em um pequeno flipbook que haveria sempre alguma coisa melhor do outro lado do muro. Também aprendi que junto com as coisas boas, outras não tão boas viriam dali também.
Cresci nas quebradas, cortiços, observando o que a região norte tinha de melhor. De tudo que posso me recordar disso, sem sombra de dúvida, a solidariedade entre os que nada tem é a melhor lembrança que trago, muitas vezes ao som do atabaque do terreiro de umbanda ou dos cânticos desafinados de alguma igreja neo-pentecostal. Minha fé se tornou mestiça, assim como meu passado.
Foi criado com quadrinhos, com leitura e literatura, e muitas das viagens de infância foram ao lado de clássicos da literatura mundial.
Escrever estava ali, a um passo de alguém que gostaria de ser jornalista.
Passei em algumas escolas, ingressei no ensino médio e lá me encontrei com os meus muitos palcos da vida. Da escola carrego comigo até hoje: a escrita, a política, a paíxão pela palavra e pelo teatro.
Teatro este que encontrei no primeiro curso de graduação, no primeiro vestibular da gloriosa Universidade Federal de Minas Gerais.
Sim, foi uma experiência grata, com pessoas que me deram um outro norte na vida e na carreira. Ganhei outras citações importantes de mestres que iria consultar ao longo de toda a vida, nos mais diversos locais.
A escrita continuava, o gênio atentado me fez passar pela produção, carreira que tornei pública ao ingressar na Prefeitura de Belo Horizonte.
Entre um show e outro, entre um serviço e outro, um ponto ou outro da minha vida, assinei como “editor” o que me denominava profissão. Profissão que tornei minha.
Tendo a UFMG como casa, voltei para Letras, bons amigos, mais edição. Mais eventos, mais política, mais tudo.
Hoje observo o trem da história passar, ciente de que como diria Guimarães Rosa, o importante a gente encontra e no meio do caminho na “travessia”.
Continuo nesta travessia.